sábado, 6 de outubro de 2018

São Paulo 2 X 1 Botafogo - Final do Torneio Rio-São Paulo 2001


 Esse foi o segundo jogo contra o Botafogo na final do Torneio Rio- São Paulo. O primeiro jogo no Estádio do Maracanã, vencemos por 4x1. Aqui brilhou um jovem atleta, RICARDO IZECSON DOS SANTOS LEITE (Kaká), que iniciou sua brilhante, vitoriosa e abençoada carreira profissional nesse ano de 2001, sendo comandado pelo técnico Vadão e sua comissão técnica ( Walter Grassmann e Sergio Rocha - Preparadores Físicos / Milton Cruz e Ivo Seccki - Auxiliares Técnico / Roberto Rojas - Treinador de Goleiros / Dr Sanches e Luis Augusto - Médicos / Ratinho e Cícero - Mordomos / Luizão e Aílton - Massagistas / Turíbio Leite de Barros Fisiologista e Wellington Valquer - Auxiliar de Fisiologia / Cristina Souza - Nutricionista / Roberta Rosas - Professora de Hidroginástica / Ricardo Sasaki - Fisioterapeuta. O meu amigo Kaká em 2007, foi eleito pela FIFA o melhor jogador do mundo.

Walter Grassmann


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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Mogi Mirim E.C - 80 anos


Trabalhar no Mogi Mirim Esporte Clube nos anos de 1992/03/04, foi um marco em minha carreira profissional, pois além de trabalhar com o Técnico Oswaldo Alvares (Vadão - Atual técnico da Seleção Brasileira Feminina), com o qual trabalhei por mais de 10 anos, também trabalhamos com muitos atletas excepcionais e que acabaram transferindo-se para grandes clubes no Brasil. Deus então me privilegiou ao trabalhar com o atleta RIVALDO VITOR BORBA FERREIRA, na época com 20 anos de idade (19/04/72) e que apenas 6 anos após sair do Mogi, foi eleito o Melhor Jogador de Futebol do Mundo pela FIFA em 1999.

Walter Grassmann


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Mogi Mirim 2 x 2 Corinthians (09/05/1993)


Trabalhei no Mogi Mirim Esporte Clube nos anos de 1992/03/04, na época do Famoso Carrossel Caipira. Nesse jogo os gols foram marcados por RIVALDO e VALBER. Foram 3 anos marcantes em minha vida profissional.

Walter Grassmann


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terça-feira, 2 de outubro de 2018

Por Dentro do Aquecimento

Esse tema parece bem simples de ser abordado, pois ele sempre fez e fará parte da vida profissional de todo preparador físico, independente de sua nacionalidade ou de sua Naturalidade no Brasil.
Cada um de nós, preparadores físico, temos nossos métodos para a execução dos trabalhos de aquecimento, antecedendo a treinos ou jogos e mesmo que pareça que os aquecimentos para os jogos por exemplo, sejam iguais, eles diferem em muito tecnicamente.


Conceituados Pesquisadores, Autores de livros especializados nos diversos desportos, Fisiologistas e Profissionais da Preparação Física como Tudor Bompa, Jürgen Weineck, Antonio Carlos Gomes, Turibio Leite de Barros, Eric Cavalcante, Miguel Arruda, Ivan Piçarro, Antonio Carlos Fedato Filho, Rogerio Tavares, Gabriel Bonavena, (Juvenilson de Souza, Fabio Mahseredjian, Paulo Paixão, Jaelson Ortiz, Ricardo Rosa, Riva Carli, Carlinhos Neves, Walmir Cruz, Moraci Sant'anna, Fred Pozzebon, José Mario Campeiz, Carlito Macedo, Antonio Mello, Cristiano Nunes, Flavio Oliveira, Flavio Trevisan, João Henrique Chiminazzo, Emerson Buck, Emerson Polimeno, Antonio Junior, Marcio Henriques, Rodrigo Rezende, Arlindo Junior, Jean Lourenço, Omar Feitosa, Hamilton Tavares, Rodrigo Poletto, Marcos Walczak, Robson Gomes, Alexandre Lopes, Solivan Dalla Valle, Toninho Oliveira, Glydiston Ananias, Agenor Junqueira, Fabiano Kraemer, Renê Carlos, Norton Casol, José Roberto Portella, Irwing Silva, Luis Flavio Buongermino, Fabio Lefundes, Reinaldo Alves da Silva, Robson Melo, Celso Rezende, Luis Fernando Goulart, Ademir Ferreira, Spencer Tamião, Djair Garcia, meus amigos contemporâneos na preparação física), entre tantos outros competentíssimos e diferenciados profissionais, conhecem profundamente a importância dessa atividade que antecede e prepara os atletas para os treinos e jogos.

As respostas fisiológicas decorrentes do aquecimento que se visa obter são:
- Aumento da velocidade metabólica em função da temperatura corporal, o que permite aumentar a redistribuição do sangue e o aumento da irrigação dos músculos, garantindo assim um melhor suprimento de oxigênio e substratos para o tecido.
- Excitabilidade do Sistema Nervoso Central, e como resultado, se obter uma maior velocidade Contração/ Reação, permitindo um melhor desempenho na coordenação e respostas a estímulos diversos.
- Com o aumento da temperatura, os músculos, Ligamentos e Tendões tornam-se mais elásticos, prevenindo acidentes musculares e lesões variadas.
- Com o aquecimento, aumenta-se a produção de liquido sinovial e com o aumento da temperatura corporal e o mesmo ter dentre suas características a multiviscosidade, as articulações passam a ficar menos vulneráveis a forças e pressões impostas.
- Aumento do desempenho do sistema cardiorrespiratório em função do volume respiratório e do aumento do Debito Cardíaco ( volume de sangue bombeado pelo coração em 1').
São inumeráveis os tipos de aquecimento que se pode criar para atender à uma demanda diária de atividades, mas eu adoto sempre uma consulta prévia ao técnico, para saber se o mesmo deseja alguma atividade mais específica à realidade do seu treino. Seria como realizar uma prévia do treino técnico para que os atletas, quando do inicio do mesmo, já estivessem mais familiarizados com ele,
trabalhando de forma bem especifica os músculos e os gestos da próxima atividade, mas sem perder a importante essência do aquecimento.


Procuro variar meus aquecimentos e o caráter lúdico muitas vezes se faz necessário ou para deixar o ambiente mais descontraído devido à resultados negativos seguidos por exemplo, ou para despertar uma competitividade sadia entre todos e até para que todos possam adaptar-se mais facilmente à climas extremos, onde a predisposição para o treino fica muito prejudicada.
Eu já trabalhei na China com muita neve e no Líbano com altas temperaturas e nesses casos, inúmeras vezes ministrei brincadeiras onde após uma introdução geral, todos participavam de uma atividade que captasse por inteiro sua atenção e assim com um volume maior e uma intensidade menor ( vice-versa), dependendo do clima, os preparativos para o treino principal fossem desenvolvidos e concluídos, gerando segurança e alto desempenho.

Um exemplo dessa atividade é o handball Gigante, onde os atletas, subdivididos em 2 grupos e em espaço reduzido com 2 gols (meio campo ou até em 25% do mesmo), tenham que fazer o gol, deslocando-se com a bola nas mãos e podendo dar no máximo 4 passos antes de realizar um passe, utilizando os pés para tal. Se a bola tocar o gramado, perde-se a posse da mesma e o adversário a retoma. Para efeito da validade dos gols, algumas regras eu incremento periodicamente para dinamizar a atividade, mas inicialmente começo com o gol valendo 1 ponto com os pés dentro das áreas e 2 pontos de fora das mesmas, sendo que se o atleta de posse da mesma quiser, ele pode efetuar o chute direto. Se optar pelo passe para que outro companheiro faça o gol, então o mesmo deverá realizar um chute direto ( primeira) ou cabeceio direto ou até dominar a mesma sem deixar que a bola toque o gramado.
Se o gol for feito de cabeça dentro da pequena área vale 3 pontos e da grande área 4 pontos. Com isso formento a criatividade, coordenação, agilidade, raciocínio rápido, precisão, espirito de equipe etc.
Esse exemplo de atividade para aquecimento, por si só torna-se muito dinâmica e novas regras podem e devem ser acrescentadas para que o fator novidade periódica aguce o interesse do grupo e com o empenho de todos os atletas, os objetivos fisiológicos acima citados venham a ser alcançados.
Aqui também são amplamente trabalhos aspectos técnicos como os passes, cabeceio e chutes a gol, além de conceitos fundamentais como, ultrapassagens, deslocamentos constantes e variados com e sem bola, visão periférica e comunicação constante entre todos.
Outras variações abrangem os chutes de bate pronto e até a permissão dentro das áreas de um toque da bola no gramado para um arremate rápido a seguir. Pode-se também determinar que os passes sejam executados da seguinte forma: Primeiro tempo equipe A somente com a perna direita e B com a esquerda e inversão no segundo tempo.

Os laterais são cobrados com as mãos e a equipe que faz o gol sai com a bola novamente sendo a duração dessa parte do aquecimento dependente do clima e felling do preparador.
Eu não sou adepto do convencional e procuro diversificar os aquecimentos, com a inclusão de trabalhos de Propriocepção utilizando os discos de equilíbrio ( madeira, plástico ou borracha), Pliometria com variações incluindo bola ou não, Mini Bands, Trações, sinalizadores ( chapéu Chinês), Bola Suíça, escada para agilidade e coordenação, steps, etc.
Sequenciais com espaços  delimitados por estacas, cones, fitas com grupos de 3 a 4 atletas, onde exploro a agilidade, reação rápida com tomada de decisão obedecendo sinais auditivos e visuais, mas sempre com uma alta cobrança para que a técnica de um passe, devolução, cabeceio, condução de bola, representem a realidade encontrada nos jogos.
Um outro local que utilizo muito é o meio campo, onde metade do grupo fica no interior do mesmo sem bola e metade no exterior com bola, equidistantes uns dos outros 2 a 3 metros.
Nesse aquecimento eu inicio com o grupo do interior executando movimentos curtos e bem intensos sem bola por 10", os quais eu especifico, quando então transmito a sequencia de trabalho que executarão, interagindo com o grupo externo que está de posse de bola com duração variando entre 20"a 30".

Aqui, o grupo interno deslocando-se rapidamente executa por exemplo, passes curtos com os atletas externos, sem contudo realizar os mesmos com companheiros externos próximos e sempre variando as pernas. Ao final do tempo determinado por mim, inverte-se os grupos e a cada nova inversão, outras sequências são estipuladas e executadas, sendo que a cada 3 ou 4 séries, uma pausa é realizada com duração de 30"a 45", com uma duração total variando entre 15 e 20'.
Uma introdução sugestionada pelos atletas antes da sessão propriamente dita de aquecimento também incluo várias vezes, atividades que fazem parte da cultura dos atletas ( local ou mundial) tais como futvolley  o tradicional bobinho, campos reduzidos, passes em 2 toques pelo alto ( 2x2 ou em grupos maiores), ( 5x2 - five/ two, tradicional  na Coréia do Sul) com suas regras próprias e dependendo do grau emocional e físico envolvido pelos atletas quando de uma dessas atividades, eu reduzo o volume ou a intensidade da etapa principal do aquecimento e em muitas situações, já cheguei até a não executa-la.
O aquecimento de jogo é uma atividade que me envolve completamente, pois desde o início do regime de concentração que pode envolver 1 ou 2 dias antes da partida, com viagem ou não, eu já me sinto diferente e muitíssimo compenetrado em todos os detalhes que antecedem o confronto.
Sempre falo para os atletas, que o aquecimento do jogo é o espelho do mesmo, pois por ser ele a última atividade antes da partida, múltiplos aspectos estão envoltos nele, tais como emocionais, físico, técnico e lembretes táticos.

Na chegada ao estádio eu já realizo todos os preparativos com requintes de detalhes no campo de jogo, utilizando os materias previamente definidos e separados com bastante antecedência junto aos mordomos do meu clube.
Somente utilizo as dependencias da sala de aquecimento no estádio, em situações extremas como muita chuva ou outros fatores externos, que fogem do controle da segurança por exemplo.
O gramado de jogo sempre foi o melhor e mais específico local para a pratica do aquecimento e onde os atletas já podem sentir e começar a dominar os aspectos emocionais que estarão sendo canalizados via arquibancadas, diretamente a eles, como gritos da torcida adversária, pressão com impacto inicial negativo, com o intuito simples de desestabilizar a todos e causar um impacto nocivo.
Mas após o termino do aquecimento, as primeiras impressões negativas, pressões advindas dos torcedores adversários (jogos fora de casa), já passaram e uma adaptação não apenas ao gramado, mas também emocional, já está em processo acelerado, não tendo mais aquele grande poder de desestabilizar aos atletas, pois o impacto inicial foi fragmentado.
Sempre peço em todos os clubes onde trabalho, que possamos chegar ao estádio com uma antecedência media entre 30 a 45' antes do horário estipulado para o inicio do aquecimento, pois assim todos podem preparar-se com calma e isso envolve os fisioterapeutas ( Fixação das bandagens e outros cuidados), massagistas( Massagens), Técnico ( Orientações mais detalhadas ainda, coletadas sobre o adversário), Médico ( coleta junto aos atletas sobre a medicação ingerida), Atletas ( ingesta de frutas, hidratação e execução da liberação Miofascial e outras atividades que os relaxe e para mim (observação e acompanhamento mais individual dos atletas, Alongamentos, além da preparação do aquecimento).

Adentro ao gramado para o aquecimento com os atletas, exatamente 45' antes do horário previsto para o inicio do jogo e após 25 / 30' retornamos ao vestiário para os últimos preparativos.
Tenho reciclado meus aquecimentos periodicamente, pois entendo que eles devam atender sempre às realidades encontradas pelos atletas na pratica dos jogos.
Em campo, reuno os atletas e transmito em poucas palavras algumas considerações relacionadas ao nosso momento e que possam ser aplicadas na partida.
Em seguida, separo os suplentes, que realizarão uma movimentação em separado e bem descontraída e os titulares iniciam o aquecimento comigo.
Na primeira etapa, deixo os atletas bem a vontade para que executem movimentos variados, enquanto transmito alguns lembretes citados na preleção pelo técnico.
Na segunda etapa, localizadamente e com os atletas pré - aquecidos, executamos variados movimentos articulares envolvendo (tornozelos, joelhos, quadril e ombros) e também para o pescoço, tais como circunduções, flexões e rotações, passando aos alongamentos e exercícios com grandes amplitudes, findando com acelerações variadas.
Na terceira etapa, os atletas tem uma pausa para a hidratação e reiniciam o aquecimento com bola individualmente. Nessa etapa eu interajo com eles no sentido de orientá-los para que cada um realize com bola, atividades inerentes à sua posição, como dribles, acelerações, chutes ao alto com domínio e mudanças rápidas de direção, frenagens, domínio e controle de bola etc, terminando com rápidas trocas de bola ( passes), tendo que chamar o companheiro para executar o passe, forçando assim a comunicação entre todos, raciocínio rápido e visão periférica aguçada para não passar a bola para um companheiro que esteja envolvido em outra troca.
Na quarta etapa, novo período para hidratação e após a mesma, todos posicionados em duplas, realizando movimentos específicos e intensos, bem curtos (4 a 6 repetições no máximo), com bola e curta duração.

Na quinta etapa, realizamos um joguinho em campo reduzido - 5 x 5- ( 20 metros quadrados) em 2 tempos de 1' em media cada, com um intervalo de 20" com toques livres.
Na sexta etapa, são realizados lançamentos em duplas ( viradas de jogo), com metragens em torno de 40 m, onde variações também são inseridas, tais como, domínios utilizando-se de todos os segmentos corporais ( exceção das mãos) e o uso das pernas alternadas, com a bola parada ou em movimento.
Na sétima e derradeira etapa, realizamos 4 sequências coordenativas variadas, seguidas cada qual por uma aceleração de 6 m e finalizando o aquecimento, cada atleta realiza 4 piques com mudanças de direção pelo gramado alternando as metragens.
Todas essas etapas estão inclusas dentro do período determinado para o aquecimento acima citado (25/30'), mas em virtude da temperatura local, alterações são realizadas em relação a essa duração e consequentemente o horário programado para o inicio do aquecimento também é alterado.
Eu apenas escalonei detalhadamente todas as etapas que realizo nos meus aquecimentos, mas sempre alguns detalhes são acrescentados ou até retirados, em decorrência de problemas encontrados quando da chegada ao estádio, tais como, chuva torrencial, espaço no gramado de jogo delimitado para o aquecimento, atrasos para se chegar ao estádio etc.

Os comandos que executo durante o trabalho de aquecimento são próprios de cada sessão, assim como cada partida tem suas alternâncias.
O aquecimento de jogo, deve ser conhecido dos atletas, pois eles não devem pensar na execução dos exercícios, já que estão bem concentrados no jogo e nada pode interferir nesse interim, sendo a carga do mesmo caracterizada como ótima, pois do contrario pode eliminar a disposição dos atletas para o jogo.












Walter Grassmann


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