sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Desejo de permanecer no Exterior

   Estou terminando mais um ciclo profissional com o fim de meu atual contrato com a equipe sul-coreana do Daegu F.C.



   Foi mais um ano muito abençoado pelo meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, pois além do excelente trabalho desenvolvido neste fantástico país que é a Coréia do Sul, pude desfrutar da presença da minha família ao meu lado neste 2012.
   Esta foi a minha segunda experiência internacional, e mais uma vez eu pude desenvolver, em conjunto à outros competentes profissionais, um grande trabalho, abrindo portas em outro continente e expondo, de forma bem clara e competente, a qualidade da Preparação Física Brasileira.
   No BrasilLíbano e Coréia do Sul, trabalhei em grandes clubes e com grandes atletas, o que me fez adquirir uma grande experiência profissional, tanto nacional como internacional.
   Agora, tenho como principal objetivo profissional continuar trabalhando fora do meu país, e, para tanto, coloco-me a disposição, através do meu BLOG, para quaisquer contatos com clubes do mundo inteiro, uma vez que me sinto preparado para trabalhar em qualquer região do mundo.

   Tenho postado alguns dos meus mais importantes trabalhos desenvolvidos nos clubes pelos quais atuo aqui, em meu BLOG. Tais postagens contém informações técnico-científicas bem detalhadas e claras, podendo ser acessadas de uma forma clara e prática.
   Devido à facilidade para se comunicar, e à origem dos acessos que as postagens tem apresentando, aproveito esse espaço para reiterar o meu desejo de continuar trabalhando em Clubes ou Seleções de diferentes países localizados em qualquer continente, uma vez que a adaptação nunca foi um problema para a minha estadia em diferentes lugares e em diferentes situações.

   Fico no aguardo por propostas.


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Desequilíbrio Muscular: Um perigoso adversário

   Dentre os muitos cuidados que nós, Preparadores Físicos, devemos ter com relação aos trabalhos programados e aplicados aos atletas, um deve estar no topo, principalmente porque o período de preparação inicial é diminuto, e também porque, durante o período competitivo, os espaços para avaliações são sufocados pela carga abusiva de jogos.

   A Avaliação Isocinética é de fundamental importância, pois a Força impera na maioria das ações em campo, e para que venha a ser muitíssimo bem aplicada nos treinamentos, é essencial sabermos como a razão entre extensores/flexores do joelho está.
   Uma simples divisão entre o valor do agonista e do antagonista, seja relacionado ao pico de torque ou à força máxima, expresso em percentagem, pode nos fornecer o grau de equilíbrio do atleta.

   Nós possuímos os extensores do joelho mais fortes em relação aos flexores, mas isso deve estar dentro de uma relação de forças, pois, caso contrário, as lesões poderão ocorrer até frequentemente, causadas por um desequilíbrio muscular, ou seja, neste caso em particular, por um fortalecimento exagerado do extensor em relação ao flexor ou vice-versa.
   Por exemplo: No joelho, a relação entre o pico de torque dos flexores/extensores está por volta de 60%, sendo portanto a diferença entre extensores (mais fortes) e os flexores (mais fracos) de 40%.
   O equilíbrio é um conceito relacionado ao estado de um sistema (conjunto de elementos interconectados harmonicamente, de modo a formar um todo organizado) ou mais sistemas, no qual não ocorrem mudanças no total que possam ser observadas claramente, ou seja, no qual cada alteração está compensada por outra complementar.
   O conceito de equilíbrio funcional da estrutura musculotendínea reflete um parâmetro importante na adequada realização da prática dos desportos.

   Por causa da prevenção de lesão, toma-se o cuidado em controlar a razão da força muscular em articulações, como o joelho.
   Esta se caracteriza como a articulação que mais sofre lesão no futebol, pois o joelho é uma estrutura altamente solicitada e exposta a traumas, sendo a ruptura do ligamento cruzado anterior uma das mais lesões mais comuns.

   A evolução natural das lesões ligamentares pode afetar a prática do esporte competitivo, e o correto diagnóstico e tratamento destas lesões podem proporcionar um retorno do atleta ao seu nível prévio de atividade.
   O atleta de futebol, pelas próprias características de sua modalidade, necessita ter elevada potência nos membros inferiores, a fim de proporcionar uma grande capacidade de força explosiva e aceleração.
   Além disso, ter que executar com propriedade diversas habilidades motoras como saltar, chutar, passar, driblar, etc, há a necessidade portanto de se obter um atleta com o quadríceps potente para superar as demandas físicas da profissão.

   Este é um ponto crucial que inúmeras vezes leva muitos Preparadores Físicos à execução exagerada de uma carga elevada com suas respectivas repetições, quando dos trabalhos em sala de musculação, sobre o músculo extensor do joelho, esquecendo do seu antagonista, os Isquiotibiais, criando assim um desequilíbrio entre a força produzida para estender e flexionar o joelho.
   No entanto, tem-se a necessidade de Isquiotibiais fortes o suficiente para suportar uma grande força excêntrica causada pelo seu antagonista no momento da extensão do joelho, como em movimentos de chute, arrancadas, velocidades, etc.
   Por isso a obrigação de uma musculatura de isquiotibiais bem desenvolvida, a fim de se prevenir lesões musculares (distensões, rupturas ligamentares, etc).
   Portanto, deve-se sempre respeitar os períodos destinados para as avaliações e a aplicabilidade prática dos resultados nelas coletados, para que possamos sempre escolher os exercícios e os aparelhos de musculação corretos, proporcionando assim um treinamento ideal e seguro.

   Ao determinar exercícios de cadeia cinética aberta, precisamos ter o cuidado em escolher aparelhos que proporcionem torques de resistência, de certa forma específicos com relação às exigências musculares que a partida de futebol determina, e, com isso, os exercícios na sala de musculação produzirão o mesmo torque, ou seja, o torque máximo ocorrerá no mesmo comprimento muscular que os movimentos do desporto estabelecem.
   A característica da roldana a ser utilizada, principalmente para as articulações do joelho e do quadril, deve representar a mesma exigência com relação ao comprimento muscular que o futebol determina, e, deste modo, fornecendo o mesmo torque de resistência que o movimento do futebol oferece, evitando o desequilíbrio muscular.
   Roldanas que produzem, por exemplo, torques de resistência crescente, não são recomendadas para o aparelho de flexão do joelho, pois os isquiotibiais necessitam ser expostos a maiores cargas no seu maior comprimento muscular, ou seja, no início do movimento e/ou no final da extensão do joelho, a fim de se prevenir o seu encurtamento, distensões e a excessiva translação anterior do fêmur (ruptura do LCA).

   Por outro lado, roldanas que produzem torque de resistência decrescente, não são indicadas para o aparelho de extensão do joelho, visto que o comprimento muscular mais exigido no quadríceps é no final da extensão, para os movimentos como chutar, saltar e arrancar, além de ocorrer uma maior estabilização da patela nos últimos 30º de extensão, por causa de um fortalecimento maior dos vastos (mediais e laterais) a partir dessa angulação.

   O equilíbrio entre quadríceps / isquiotibiais torna-se um dos principais cuidados, junto com o tipo de roldana, que se deve ter na utilização dos aparelhos de musculação no futebol.
   A razão entre esses dois grupos musculares torna-se um indicador de futuras lesões nos mesmos, tanto para distensões como para ruptura de ligamentos, sendo esse lesão constantemente presente no futebol.
   Nesse desporto, observa-se a ruptura do ligamento cruzado anterior quando o quadríceps é fortemente contraído (após um salto, um chute no vazio...).

   A sua ruptura pode igualmente ocorrer nos entorses de joelho por exemplo, quando ocorre a rotação do joelho com o pé fixo no solo.
   Por isso a necessidade de se buscar e controlar o equilíbrio dos músculos flexores e extensores do joelho.

DIFERENÇAS ENTRE EXERCÍCIOS DE CADEIA CINÉTICA ABERTA E FECHADA

ABERTA:
  • O segmento distal está livre
  • Aumento do cisalhamento articular
  • Diminui compressão articular
  • Apenas um plano de movimento
  • Apenas um músculo (o agonista) é mais envolvido
Exemplo: Rosca direta
              Cadeira extensora (qualquer elevação)

FECHADA:
  • O segmento distal é fixo
  • Diminui cisalhamento articular
  • Aumenta compressão articular
  • Movimento de múltiplos ângulos
  • Músculos antagonistas e agonistas bem envolvidos
Exemplo: Flexão de braço muito usada em exercícios do exército

   O equipamento para avaliação isocinética da BIODEX é a versão SYSTEM 4, a mais moderna existente, tendo este aparelho, como função principal, medir a força isocinética do atleta, coletando todos os níveis de força dos membros inferiores, superiores, e de quadril em diversos ângulos diferentes, e com isso pode-se individualizar o treinamento e corrigir possíveis disfunções apresentadas.


   Pode-se com este equipamento, usá-lo para aplicação clínica de modo passivo na forma isométrica, modo isotônico e também reativo excêntrico.
   Na forma isométrica, mede-se a força muscular do atleta sem movimento, o que é importante para auxiliar a fisioterapia de um atleta lesionado que não pode fazer movimentos dinâmicos.
   O modo passivo normalmente é utilizado em casos pré-operatórios, com movimento em ângulos pequenos de forma crescente, acompanhando a recuperação.

   No modo isotônico é usado um sistema de treinamentos que aperfeiçoa o nível de força máxima do atleta e o modo reativo excêntrico, melhorando a força útil do atleta que é a Força Especial, utilizada durante a partida.

   No futebol, a velocidade e os deslocamentos rápidos devem ser aprimorados cada vez mais para um melhor rendimento dos atletas, já que os quase 1200 movimentos realizados por todos eles durante uma partida envolvem, em grande parte, trabalhos de força.
   Na metodologia do treinamento de força, alguns cuidados devem ser tomados:
   O volume de treinamento, a intensidade e o controle da prescrição são exemplos disso, e com o Biodex 4 é possível identificar a evolução dos níveis de força dos atletas, bem como individualizar o sistema de treinamento para o auxílio do processo de desempenho evolutivo em campo.
   Alguns grandes clubes brasileiros possuem este equipamento em suas dependências, e isso facilita em muito, uma vez que o seu uso é muito frequente não apenas para a execução das correções quando dos desequilíbrios musculares detectados em avaliações, mas também para o trabalho de ganho de força propriamente dito, realizado aqui com uma segurança total.

   Tenho trabalhado nos últimos clubes com os melhores profissionais no que se diz respeito ao controle e manuseio deste magnífico equipamento (a análise e interpretação dos resultados desse equipamento isocinético são vitais, e poucos profissionais estão aptos para, de forma bem precisa, apontar e discutir tais resultados, para que possam ser utilizados na essência de sua necessidade na prática) sendo que todos os resultados provenientes de avaliações, correções e treinamento propriamente dito, são imediatamente utilizados por mim, o que tem feito uma grande diferença quanto à segurança e aproveitamento de todos os atletas em cada sessão de treino.

   Posso citar o Prof. Dr. Oscar Amauri Erichsen, um Biomecânico fantástico com o qual trabalhei no Clube Atlético Paranaense nos anos de 2006/07/08, que possui um grande e competente auxiliar, o dinâmico Neto (comandante das avaliações isocinéticas e demais atividades que envolvam testes de campo e do laboratório fisiológico), o Fisioterapeuta Sassaki do São Paulo F.C., clube onde trabalhei do ano de 2001, Prof. Dr. Rogério Neves, Fisiologista da Portuguesa de Desportos, onde trabalhei no ano de 2010, os Fisioterapeutas Eduardo e Paulão, além do Prof. Dr. Miguel de Arruda, Fisiologista, todos do Guarani de Campinas, clube onde trabalhei com os mesmos nos anos de 2009/2010.

   Usar tal tecnologia atualmente é fundamental, pois os riscos para formatarmos trabalhos físicos, sem esses dados, passaram a ser um grande risco para todos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Daegu F.C. - Uma programação com a máxima segurança!

   Neste último dia 12 de novembro de 2012, completei 10 meses à frente da Preparação Física do Daegu FC, equipe sul-coreana que disputa a K-League e a Copa da Coréia, e que está localizada na bela e moderna cidade de Daegu, com seus 2 milhões e 500 mil habitantes.
   Um dos mais temíveis males que tem assombrado as equipes de futebol por todo o mundo, e que pode ser ocasionado por uma série de fatores, dentre eles, o  excesso de jogos à que estão expostos os atletas profissionais em muitas competições durante a mesma temporada além do ritmo bastante intenso dos mesmos, sem um tempo hábil para uma recuperação completa, são as lesões musculares.

   Aqui no Daegu FC, investi muito em conjunto aos amigosFisioterapeutas Kim Ki Hyun , No Hyun Wook e Felipe Herrmann, na recuperação dos nossos atletas profissionais pós-treinos e jogos, além de formatar mensalmente uma programação física em conjunto aos trabalhos técnicos, obedecendo sempre a uma interdependência Volume-Intensidade das nossas sessões de treinamentos.
   Realmente não inventei nada novo ou usei alguma fórmula mirabolante que outros grandes profissionais que atuam em minha área já não tenham utilizado, mas fui sempre muito criterioso quanto ao emprego destas atividades até agora.

   Aqui na Ásia, me deparei com uma cultura alimentar muito diferente e que não está propensa à mudanças, mas, mesmo assim, implementamos um aporte maior na ingesta de carboidratos em nosso cardápio diário.

   Logo após o termino das partidas disputadas aqui no Daegu Stadium, no próprio vestiário servíamos 6 pizzas grandes aos nossos atletas, para que a reposição do glicogênio muscular quase que totalmente depletado já pudesse começar à ser reposto, pois essa operação orgânica precisa de 36 à 48 horas para processar-se completamente.
   O tempo de reposição alimentar é critico, devendo-se tentar ingerir aproximadamente 50g de carboidrato ou mais nas primeiras duas horas após o jogo, pois quando o carboidrato é ingerido imediatamente após o exercício, a taxa de absorção é mais rápida e essa rotina contribui para o aumento do nível de glicogênio muscular pré-jogo.

 

   Desde o dia 24 de janeiro deste 2012 até o último dia 23 de outubro, ministrei doses diárias de creatina aos nossos atletas profissionais, iniciando o processo com 3 gramas e passando à ministração de 5 gramas diárias, sendo a primeira etapa de 3 gramas ministrada entre 24 janeiro à 20 maio e a segunda etapa de 5 gramas, entre 22 junho à 23 outubro.
   A creatina exerce papel importante na contração muscular servindo como reserva energética que será utilizada em atividades físicas de curta duração e alta intensidade e com curtos períodos de recuperação.
   Dentre os efeitos da suplementação, está o aumento de reservas musculares de creatina, aumento do volume muscular e aumento da resistência à fadiga muscular.

   Utilizamos também a Crioterapia com uma duração média de 8 minutos por imersão  pós-jogos e quando da reapresentação dos atletas no dia seguinte, após o trabalho regenerativo (musculação ou ginástica aeróbica) quando jogávamos 2 vezes na semana.
   Quando jogamos aqui no Daegu Stadium temos à nossa disposição no próprio vestiário uma piscina ladrilhada média com capacidade para acomodar até 8 atletas, mas para as partidas disputadas fora, adquirimos 2 piscinas pequenas e as transportamos em nosso ônibus, para a realização pós-jogo da crioterapia.
   Apesar de toda a controvérsia quanto aos benefícios (comprovados cientificamente ou não) do uso desta técnica, ela nos foi muito importante para a recuperação dos nossos atletas, pois todos, sem exceção, apresentavam-se no dia seguinte para o trabalho regenerativo sem dores musculares.
Outro fator muio importante que muito contribuiu para a nossa segurança física no desenvolvimento das sessões de treinamento e nas partidas, foi a realização efetiva da propriocepção, ou seja, o Core Training.


   Periodicamente realizamos o Core para uma estabilização muscular, ativando impulsos proprioceptivos que são integrados em vários centros sensorimotores para regular automaticamente os ajustes na contração dos músculos posturais, mantendo assim o equilíbrio postural geral e o fortalecimento da musculatura mais profunda.
   Os benefícios principais são, a melhora do equilíbrio, força e agilidade.
Outro controle que foi realizado por mim aqui no Daegu FC foi o da Composição Corporal, sendo este um excelente mecanismo para se averiguar a manutenção do peso corporal, ganhos reais de massa magra (músculo) e perda de massa gorda (gordura), além de um controle para orientação nutricional.
   O Percentual de Gordura corporal foi estipulado em até 12%, mas podendo, dependendo da posição (goleiros) e a idade (atletas acima de 27 anos têm a tendência de perder menos massa gorda), chegar à 13/14%.
São usadas o somatório de 4 dobras cutâneas: Triciptal, Subescapular, Suprailíaca e Abdominal.
Essa fórmula (Faulkner), é muito utilizada pelos clubes brasileiros, mas para uma maior fidedignidade dos percentuais, é fundamental que as tomadas se processem sempre pelo mesmo avaliador, pois existem diferenças significativas quando outros realizam o processo.

Fórmula: 
Somatório das 4 dobras cutâneas x 0.153 + 5.783 = Taxa Gordura (%);
Peso Gordo (Gordura) = % Gordura (Taxa Gordura) Dividida por 100 x Peso Corporal (atual);
Peso Magro (Músculo) = Peso Atual - Peso Gordo (Gordura) = Músculo.

   As tomadas foram realizadas entre 30 e 45 dias de diferença umas das outras, e os resultados excepcionais em termos de manutenção do peso corporal (taxa de gordura) com consequente perda de massa gorda (gordura) e ganho de massa magra (músculo).

   Com o peso corporal controlado (um ganho real de massa magra com perda de massa gorda) certamente irá existir uma maior economia em termos energéticos dispendidos nos jogos e treinos (resistência) e consequentemente um ganho real também em termos de força e potência para a realização das inúmeras ações em campo (saltos, arranques, chutes, deslocamentos variados, dribles, etc), gerando uma economia e segurança enormes para os referidos atletas.
   Como exemplo desses ganhos reais e seguros, vou citar os dados aferidos nesta atual temporada (2012) do nosso Capitão, o fantástico atleta YOO KYOUNG YOUL de 34 anos (15/08/78), Zagueiro com 1.82cm.

A primeira avaliação, realizada no dia 05 de março:
  • Peso Corporal: 85.2kg
  • Massa Gorda: 13.40kg
  • Massa Magra: 69.47kg
  • Taxa Gordura: 15.73%
A última avaliação, realizada no dia 11 de setembro
  • Peso Corporal: 90.0kg
  • Massa Gorda: 11.67kg
  • Massa Magra: 78.33kg
  • Taxa Gordura: 12.97%

   A Hidratação dos nossos atletas, também recebeu uma atenção especial, e ministrei durante grande parte da  K-League a Maltodextrina, que é um Carboidrato complexo em pó e composta por uma mistura de Dextrina e Maltose.

   Ela retarda a fadiga, através da gradual liberação de glicose para o sangue, sendo esse Carboidrato responsável pelo aumento do nível energético muscular. dando mais força, evitando o Catabolismo Muscular (perda de músculo).
   Mas nosso estoque trazido do Brasil por nós quando da nossa estadia na cidades de Curitiba e Foz do Iguaçu para a realização de nossa Pré-Temporada, acabou, e não consegui mais comprá-la na Coréia do Sul e nem importá-la.
   Após esse ocorrido, passamos a ministrar o Gatorade, que repõe energia e o sal, sendo uma excelente bebida Isotônica, ou seja, sua composição apresenta uma concentração de moléculas semelhante aos fluídos do nosso corpo, e, portanto, podem ser incorporados e transferidos para a corrente sanguínea.
   Com isso mantemos o Equilíbrio Hidro-Eletrolítico, pois a atividade intensa e prolongada causa a transpiração do corpo, e assim, a perda de Sais Minerais, principalmente Sais de Sódio, importantes para o equilíbrio orgânico, que tecnicamente chama-se Hidro-Eletrolítico, pois, para a maioria das funções de contração muscular do nosso corpo, os minerais como Sódio, Potássio, Magnésio, Cálcio, entre outros, são importantes.

   Utilizamos também o Carb-up, que é um Gel, ministrando-o gelado aos atletas tanto no aquecimento quanto no intervalo da partida.
   Por ser de fácil e rápida ingestão, é rapidamente utilizado pelo organismo. Contém açúcar puro, preservando assim a Glicose Sanguínea, fator importantíssimo para a recuperação dos atletas após extenuantes exercícios. Deve ser ingerido seguido de uma boa quantidade de água.

   Todos esses controles, desde os treinamentos físicos e suas respectivas cargas, as horas trabalhadas diariamente, semanalmente, e mensalmente, a Alimentação, Hidratação, controle de Peso Corporal, Ganhos Reais de Massa Magra com Perda de Massa Gorda, a Suplementação de Creatina e os cuidados com os Trabalhos Regenerativos, etc, acabam por FORMATAR O OCEANO DA SEGURANÇA.
   O nosso resultado para todo esse esforço conjunto - PREPARAÇÃO FÍSICA / FISIOTERAPIA, foi um índice quase zerado no tocante à Lesões Musculares, pois em 10 meses de intensos treinamentos e ritmo altíssimo nas partidas disputadas pela K-League e Copa da Coréia, tivemos apenas 1 LESÃO MUSCULAR GRAU 1.
   Com esses procedimentos, ficou comprovado, na prática, que as lesões musculares não podem ser evitadas, mas elas podem ser MINIMIZADAS, gerando uma grande economia ao clube, pois seus atletas estarão trabalhando com muita segurança, além de atuarem oficialmente pelo clube em muitas partidas.

DAEGU FC, UM CLUBE DIFERENCIADO!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Entrevista para o EPTV

"Walter Grassmann deixa o Guarani em forma! | Bugremídia"



Para entrar em contato com Walter Grassmann, clique aqui!

sábado, 13 de outubro de 2012

Coordenação Intra e Intermuscular

   O trabalho de Transferência de Força, nome não muito aceito por vários Fisiologistas que preferem chamá-lo de trabalho de Coordenação Intra e Intermuscular, também pode ser designado como treinamento de Força Especial. Esse trabalho é mais um método muito utilizado para o desenvolvimento da força em atletas de futebol.
   Vou então apresentá-lo pois o tenho realizado com muito sucesso, devido principalmente à sua eficácia e segurança.


Coordenação Neuromuscular

   A ação motora (execução de qualquer movimento), caracteriza-se por determinada ordem de ativação de unidades motoras no músculo e pela interação de diferentes músculos.
   A ordem (sequência) de ativação e o número total de unidades motoras envolvidas em uma única contração muscular são determinadas pelo mecanismo de Coordenação Neuromuscular (Intra e Intermuscular).
   O número de unidades motoras que podem ser mobilizadas no caso de contrações de força máxima não supera, geralmente, entre as pessoas não treinadas, 25 a 30% do número total, sendo que, no caso dos desportistas treinados e adaptados às cargas de força, esse número pode ser de 80 a 90%.
   Os experimentos científicos mostram quem a força a ser desenvolvida pelo músculo constitui o fator que determina a quantidade e o tipo das unidades motoras recrutadas.
   As unidades motoras de contração lenta são as primeiras a entrar em ação.
   Quando elas já não são capazes de desenvolver a força necessária, ocorre o recrutamento de unidades motoras de contração rápida.
   Por exemplo: quando se realiza o exercício com peso baixo e em um ritmo lento, a maior parte do esforço é assegurada pelas fibras tipo I. Porém, com o aumento da velocidade e do peso, as fibras tipo II passam a fazer parte do trabalho.
   Em um trabalho no qual se manifesta a força máxima, ocorre o recrutamento das fibras IIa, IIab, IIb.
   Com velocidades baixas e pesos consideráveis, as fibras musculares de ambos os tipos se contraem de modo sincronizado, contribuindo no conjunto para a força de tração, mas, à medida que aumenta a velocidade de contração, diminui cada vez mais a participação das fibras do tipo I, que já não conseguem se contrair, e a força total de tração dos músculos diminui.
   O trabalho muscular prolongado (que requer a manifestação de resistência), está ligado ao envolvimento alternado de diversas unidades motoras, preferencialmente as fibras tipo I.
   A partir do momento em que algumas unidades motoras se fatigam, entram em cena outras. Se o caráter do trabalho não admite tal substituição mútua, a manutenção da capacidade de trabalho fica ligada ao reforço de impulsos nervosos.
   Dessa forma, ao regular a carga do peso e a velocidade da execução do exercício, pode-se efetuar a influência seletiva de treinamento sobre as unidades motoras de diferentes tipos.
   Outro indício de perfeição da Coordenação Neuromuscular determinante da revelação da capacidade de força, é a concordância da contração e do relaxamento dos músculos durante a execução do movimento (Coordenação Intermuscular).
   Os músculos cuja ação conjunta condiciona a possibilidade de realização de um determinado movimento são chamados de sinergistas, e os outros músculos, antagonistas, devido a seu tônus ou ação em direção contrária ao movimento, asseguram a sua suavidade e protegem a articulação de um traumatismo.
   A repetição dos exercícios em regime específico leva à eliminação da tensão excessiva dos músculos antagonistas na execução desses movimentos e assegura, ao mesmo tempo, o trabalho simultâneo dos músculos sinergistas. A eliminação das perdas de força dos músculos ligados a sua interação não eficiente, durante a execução dos movimentos, leva à elevação do significado resultante da força.
   A qualidade de manifestação da Capacidade de Força depende também de uma série de outros fatores, tais como: manutenção energética, propriedades elásticas dos músculos em ação, grau de mobilização psicológica do desportista, etc.
   Esses fatores, portanto, devem ser levados em consideração no processo de treinamento da Capacidade de Força.


Tipos de Fibras

I - Fibras de contração lenta e resistentes à fadiga, usadas para a produção de força de pequena magnitude, mas de longa duração.
Ic / IIc - Fibra intermediária oxidativa. Possui características entre as de contração rápida e as de contração lenta.
IIacIIa - Fibras de contração rápida intermediária glicolítica e resistente à fadiga. Contribuem por períodos prolongados para a produção de força relativamente elevada.
IIabIIb - Fibras de contração rápida glicolítica e sensíveis à fadiga, sendo adequadas para a produção de níveis elevados de força de curta duração.


   A título de exemplo dos exercícios deste tipo, pode ser mencionada a flexão do joelho com a barra nos ombros para o 1/2 agachamento, o afundo e a subida em um banco ou plinto, com uma altura de 40 a 50 centímetros, sendo o peso total estipulado junto aos atletas, atendendo inicialmente à um valor alto para que se consiga, mediante o mesmo, um recrutamento quase que total das fibras musculares (como, por exemplo, na ordem de 120% do peso com que o atleta conseguiu levantar-se da posição de semiflexão). Aqui, como em qualquer outro treinamento, pesa muito a experiência do Preparador Físico quanto à conceituação das cargas que serão inicialmente utilizadas, levando-se também em consideração o período do ano em que o trabalho será iniciado, e, principalmente, a elaboração de uma programação prévia e periódica desde o início da temporada.

   Os exercícios com a extensão forçada dos músculos são executados com a velocidade de 4 a 6 segundos para cada movimento, com 3 a 4 repetições em três séries, sendo o intervalo de repouso entre as séries de 3 a 5 minutos, em função do volume dos músculos envolvidos no trabalho.
   Muito importante é o conhecer de algumas limitações deste treinamento, pois, apesar de proporcionar respostas seguras quanto aos ganhos dele provenientes, estamos sempre envoltos por uma quantidade abusiva de jogos, e, uma vez que a execução desses exercícios está ligada a cargas altas nas articulações, devemos aplicá-lo sempre que nos depararmos com uma semana sem jogos, ou até se for o caso, realizando apenas um dos modos de execução, diminuindo o seu volume, mas mantendo a intensidade.
   Outra opção também, é realizar o trabalho de grande recrutamento das fibras musculares, na academia mesmo (musculação), e depois, no gramado, realizar o trabalho de saltos e as acelerações.
   As primeiras sessões devem ser iniciadas com cargas de adaptação, um peso que todos os atletas sustentem com muito facilidade e até as repetições podem ser aumentadas, passando até para um máximo de 6, em até 4 a 6 séries.
   Dores musculares serão sempre menores com esse período adaptativo, e, assim sendo, as restrições pelos atletas e os consequentes ganhos de força com segurança e precisão serão sempre o ponto alto deste trabalho.
   Na prática do treinamento desportivo, são muito difundidos os métodos de preparação de força elaborados com base na combinação dos regimes excêntricos e de superação do trabalho muscular, sendo os exercícios de saltos os mais populares.
   Esses exercícios são aproveitados com êxito para o treino de Força Explosiva dos músculos das pernas (chamada "springness"), durante o treinamento com atletas de diferentes níveis.
   Os exercícios de saltos são executados com impulsão única ou múltipla, repetida com uma ou duas pernas. Os saltos múltiplos com potência máxima abrangem geralmente, em uma série, 3 a 8 impulsões, sem aceleração ou com pouca (por exemplo: 5 saltos em uma perna, pernas alternadas ou em duas pernas, saltos através dos bancos, bolas, barreiras, etc).

   A duração dos intervalos de descanso entre os exercícios é de 10 a 20 segundos, e geralmente fica condicionada pelo tempo de regresso do atleta à posição inicial para a execução do exercício.
   O número de repetições em uma série é de 3 a 4, sendo o intervalo entre as séries de 3 a 5 minutos.
   Em cada sessão são efetuadas não mais de 2 ou 3 séries no treinamento da força explosiva e 6 a 10 séries no treino da resistência de salto.
   Sendo o futebol um desporto coletivo com predominância de força e velocidade, o desenvolvimento da Força Especial é fundamental. Logo, compreender as manifestações integrativas do treinamento da força especial e incorporar esse princípio ao programa de treinamento, dará aos futebolistas um diferencial na capacidade competitiva.
   A Força Máxima é uma capacidade básica que influencia o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da Força Especial. Assim, o aumento da força máxima está relacionado diretamente ao aumento da força especial, pois se tem observado uma correlação significante entre o resultado do teste de 1 RM, a altura de salto vertical, e os movimentos de aceleração e de velocidade no futebol.
   Da mesma forma, a Força Explosiva é uma capacidade que também influencia o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da Força Especial.

   VERKHOSHANSKI (1990), relata que a execução de exercícios de Força Explosiva imediatamente após a execução de exercícios de Força Máxima, é um fator essencial para o aumento da Força Especial do desportista.
   Os exercícios de Força Máxima são utilizados para aumentar os estímulos neurais e os exercícios de Força Explosiva são usados para a otimização em movimentos próximos ou específicos à modalidade desportiva.

   Portanto, uma sessão de treinamento direcionada ao aumento da Força Especial de atletas de futebol profissional consiste na execução de exercícios de Força Máxima (alta intensidade e baixo volume), seguido de exercícios de Força Explosiva ou de velocidade (multisaltos, pliometria, corrida em rampa, corrida tracionada, exercícios de aceleração e de velocidade), realizados de forma cíclica e acíclica, e exercícios de resistência.

Exemplo de trabalho de Transferência de Força

1- Exercício de Força Máxima por meio de exercícios de musculação na academia do clube é uma grande opção. Membros inferiores e com cargas elevadas, 80 a 100% da carga máxima para extensores e flexores, e, para adutores e abdutores, muito cuidado com a carga a ser empregada. Não recomendo o teste da carga máxima para adutores e abdutores (converse com os demais Preparadores e com a Fisiologia à respeito). Para as panturrilhas, cargas em torno de 70%.
   Para uma Transferência de Força mais específica, sempre utilizo exercícios com barras livres com pesos (anilhas) no gramado, para a realização do meio agachamento, afundo, e subida no banco. Costumo utilizar uma carga inicial que varia entre 30 a 40kg.
   Começo dividindo o grupo de profissionais por posições, em horários diferentes para evitar aglomerações e distrações. Divido os atletas em 3 grupos postados bem a frente de cada sequencial:

  • A- 1/2 Agachamento: 4 a 6 repetições - 4 a 6 saltos seguidos sobre barreiras de 40 a 70cm, terminando com um "sprint" de 5 a 30m, cíclico ou acíclico, com ou sem bola. Realizar todas as séries (2 a 4), para somente depois mudar para outro sequencial.
  • B- Afundo: Mesmo processo.
  • C- Subida no banco: Mesmo processo.

2- Exercícios de Força Explosiva como saltos sobre barreiras, pliometria, rampa, tração, ou "sprints" de 5 a 30.

3- Exercícios de Resistência de Força, tais como séries de 12 a 20 saltos consecutivos, campo reduzido, etc.



Obs.: Esse trabalho é simplesmente sensacional e seguro, mas deve ser executado com muito cuidado pois é muito desgastante, podendo gerar, em alguns atletas, algumas dores musculares (adutores e posterior de coxa) por até 2 dias após as execuções. Os ganhos de força são imensos e a adaptação dos atletas também é simples e rápida.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Coréia do Sul - Nova rota profissional


   Desde o dia 12 de janeiro deste 2012, estou desfrutando de um renovo profissional trabalhando na equipe sul-coreana do Daegu F.C.. Uma nova experiência internacional proporcionada pelo meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, e muito bem aproveitada por mim com a realização de mais uma vez de um trabalho bem programado e controlado.

   Resido na agradável cidade de Gyeongsan, separada da grande cidade de Daegu (com seus 2 milhões e 500 mil habitantes), por apenas 4 km. Um lugar muito agradável e seguro, rodeado de grandes montanhas e um belo riacho que serpenteia essa geografia abençoada com suas águas piscosas e cristalinas.




   Minha atual equipe disputa a K-League (Primeira divisão sul-coreana) e também a Copa da Coréia. A K-League é disputada por 16 equipes e apresenta um ótimo nível técnico, embora a forte marcação e intensa movimentação dos atletas prevaleçam em todas as partidas.
   Realizamos nossa pré-temporada no Brasil, sendo as cidades de Curitiba (25 dias) e Foz do Iguaçu (10 dias), as escolhidas para nos receber em solo brasileiro.
   Na maravilhosa Curitiba, realizávamos nossos trabalhos no local de nossa estada (Sportsville) e também no Centro de Treinamento do glorioso Coritiba F.C.. Na aconchegante Foz do Iguaçu, nos hospedamos no sofisticado Bourbon Cataratas Hotel.

Eu com o Prof. Juvenilson de Souza. Amigo e excelente profissional.

Realização do "Soccer Test Yoyo Recovery II"
   Foram 35 dias obedecendo uma programação cientificamente elaborada e acompanhada pelo Dr. Raul Osiecki, amigo e competente Fisiologista do Coritiba F.C., onde realizamos todas as avaliações ("Taxa de Gordura", "Speed Test" (10 - 30m), "Agility Test" (20m), "Jump Test", "Soccer Test Yoyo Recovery II").
   Realizamos também vários jogos treinos contra adversários diferentes, além de enfrentarmos por 2 vezes cada, a dupla Clube Atlético Paranaense e Coritiba F.C..

   No dia 15 de fevereiro, retornamos para a Coréia do Sul, e já no dia 20 retornamos aos treinamentos, visando nossa estréia pela K-League 2012 contra a grande equipe do Seoul (1x1) às 15 horas no Daegu Stadium.
   Até agora (08 de outubro), realizamos 34 jogos pela K-League (12 vitórias / 10 empates / 12 derrotas), tendo ainda pela frente mais 10 rodadas, com o encerramento da atual temporada no dia 2 de dezembro.
   Estou totalmente adaptado juntamente com a minha família à vida nesta Coréia do Sul maravilhosa, e tenho o desejo de aqui permanecer por mais alguns anos, mas, o futuro à Deus pertence, e somente compete à minha pessoa continuar realizando meu trabalho com toda a dedicação, amor, competência e profissionalismo que sempre me acompanharam ao longo de toda a minha carreira.