sábado, 17 de fevereiro de 2018

O que faz um Preparador Físico de Futebol? (Vídeo)





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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Liberação Miofascial

   Eu tenho realizado esse procedimento junto aos meus atletas como mais uma ferramenta utilizada para a prevenção, melhora do desempenho na execução dos movimentos específicos à sua atividade profissional diária e recuperação pós-treino, com consequente alívio de tensões geradas no organismo, advindas do desgaste oriundo das atividades físicas e até das posturas inadequadas adotadas por todos ao longo do dia.

   Esse trabalho também é realizado pelos fisioterapeutas do clube, utilizando-se das mais variadas técnicas, com o uso dos cotovelos e mãos, além de muitos outros instrumentos.
  A fascia é uma espécie de membrana formada por tecido conjuntivo que recobre cada fibra muscular, cada músculo e também toda a superfície do conjunto muscular, sendo encontrada em diversas extensões, espessuras e densidades em nosso corpo, permitindo que a função corporal em geral seja bem executada, fornecendo juntamente sustentação aos tecidos, proteção, coordenação e impedindo que ocorra o atrito entre os músculos.
   O encontro final das fascias ou um conjunto delas formam os tendões, fornecendo suporte e tração adequada entre o osso e a musculatura e tendo grande influência no desempenho das funções das estruturas musculares.
  Segundo Rêgo (2012), as fascias também são sempre interligadas uma na outra, havendo uma continuidade entre elas, sendo assim, seja qual for o tipo de alteração na tensão em qualquer parte de sua extensão, será repercutido no conjunto, afetando de forma global o nosso corpo.
Esse fato também explica, por exemplo, juntamente com o sistema nervoso, a dor por Irradiação ou dor Crônica Global.

  Atividades de rotina, como posturas inadequadas por grandes períodos de tempo como as encontradas nos períodos de concentração nos hotéis, assistido filmes ou televisão no apartamento, nos períodos das refeições, nas dezenas de vôos realizados (com assentos muito variados), quando das longas horas de espera nos aeroportos e até nas preleções do técnico, (multiplique tudo isso pelo número de jogos realizados na temporada) e teremos um retrato cruel de quanto tempo os atletas ficaram inadequadamente posicionados, somente levando em consideração essas parcas situações acima citadas.
   Somados a isso, ainda sofremos o efeito da gravidade sobre o nosso corpo, questões emocionais, overtraining, lesões e intercorrências musculares ou mesmo ósseas, entre outros acometimentos que poderão gerar contraturas, pontos gatilho (pontos tencionados e dolorosos ao toque que se estendem em toda extensão próxima), retrações musculares, cansaço excessivo, estresse, ansiedade, dores crônicas globais.
   Essas são algumas das situações que podem acometer os atletas e, desta maneira, a liberação miofascial irá ajudar à que tenham um relaxamento muscular e consequentemente um melhor desempenho nos treinamentos.
   Todos esses quesitos acima citados reduzem a elasticidade e flexibilidade muscular, restringindo a capacidade do corpo de se movimentar, diminuindo a nutrição muscular e impedindo o bom desempenho nas sessões de treinamento, principalmente na capacidade de gerar força, tornando mais difícil a hipertrofia (pelo fato da fascia estar tão aderida ao conjunto muscular, que não permite o crescimento das fibras), dificultando o rendimento dos atletas e também atrapalhando os bons resultados quanto ao emagrecimento.

Benefícios da Liberação Miofascial

   Alívio de dores crônicas, tencionais, pós treino, patológicas, relaxamento muscular, maior mobilidade articular, mais liberdade na execução dos movimentos, melhora na capacidade de contração muscular, prevenção de lesões, melhor desempenho na hipertrofia e definição muscular e emagrecimento.

Pré-Treino: Diminui a fadiga muscular, melhora a flexibilidade e execução dos exercícios.
Pós-Treino: Reduz as dores musculares e produz um relaxamento harmonioso de todo o corpo.

   Eu oriento os meus atletas no sentido de realizarem cada período da liberação miofascial, de uma forma muito relaxada e simples, mas levando muito em consideração que o desconforto de tal atividade é e deve ser real, pois o objetivo a ser alcançado vai de encontro à um estado confortável.
   Os pontos mais sensíveis nos segmentos corporais, principalmente o ponto gatilho e também todo o segmento muscular, devem ser alcançados e explorados em ritmo lento a moderado em uma grande amplitude e essa massagem realizada com a utilização do Foam Roller (rolo de espuma - com textura dura e resistente), stick (bastão), bolas de tênis ou bolas de baseball.
   Eu recomendo a duração de 1' na execução da liberação miofascial, para cada segmento corporal abrangido e oriento a posição adequada para a realização de tais execuções.

Seguimentos Corporais

Região Torácica: Posicionar o rolo um pouco acima da região lombar e deslize-lo até próximo à cervical, com o pescoço posicionado fletido para baixo.
Quadril: Procurar atingir o músculo Piriforme encontrado posterior à articulação do quadril, estando no mesmo plano que o glúteo médio. Tem a forma triangular, com a sua base na pelve e o ápice na região glútea. Na posição anatômica esse músculo é um rotador lateral da coxa, embora ele se situe um pouco alto. Entretanto, na posição sentada, ocupa-se na importante ação de abdução e nesta situação particular ele está bem posicionado para a ação. É um músculo importante para manter a cabeça do fémur no acetábulo.
Minha recomendação é cruzar uma perna sobre a outra, com a rotação para o lado onde a perna está cruzada, procurando então sentado lateralmente sobre o glúteo, sentir o músculo piriforme.
Trato Iliotibial (lateral da coxa): Músculo Vasto Lateral - Está situado na face ântero-lateral da coxa, lateral ao reto da coxa, com a maior parte da sua massa aparecendo no terço inferior imediatamente acima da patela. Fixa-se no tendão do reto da coxa, no bordo medial da patela e na frente do côndilo medial da tíbia.
   Cruzar uma perna sobre a outra, sendo que a perna semi flexionada e apoiada no solo, é a que empurra a outra perna lateralmente sobre o rolo.
Adutor: Rolo na diagonal em relação ao corpo. Manter uma perna de apoio em extensão ou flexionada e cruzar a outra sobre si, deslizando-a medialmente sobre o rolo, desde o joelho até a parte superior da coxa.

   Os músculos adutores magno, longo e curto trabalham duro durante a corrida, uma vez que puxam a perna de apoio para adução, desse modo movendo a linha de gravidade para cima do pé de apoio. Eles também contribuem para o delicado equilíbrio da pelve sobre a articulação do quadril.
O Grácil, é o músculo mais medial do grupo adutor. Ele é um adutor da coxa, bem como um flexor do joelho.
O Pectínio é um músculo quadrilátero situado na parte superior e medial da coxa, profundamente na virilha. Ele atua como um flexor e adutor do quadril ao olhar a direção das sua fibras, que passam para baixo, para trás e lateralmente. A contração do músculo, portanto, puxará a coxa para dentro e para a frente.
Quadríceps: Realizar rotação interna e externa da coxa sobre o rolo, unidas ou separadamente. É o principal extensor da articulação do joelho e é um músculo poderoso e importante, funcionando fortemente em toda a extensão de sua amplitude.
   É constituido por 4 músculos (Reto femoral, Vasto medial, Lateral e Intermédio), sendo que cada um deles parece ter o seu papel particular na extensão do joelho e muitas vezes entra em ação em diferentes amplitudes do movimento.
Panturrilha: Realizada com uma das pernas fora ou com as mesmas cruzadas, sendo os deslizamentos sobre o rolo, internos e externos pois assim os músculos Gastrocnêmio e Sóleo são bem massageados.
   A forma da panturrilha deve-se principalmente aos dois ventres carnudos do gastrocnêmio, que está situado no dorso da perna com a sua massa muscular principalmente na metade superior.

   Junto com o sóleo e o plantar, o gastrocnêmio forma um músculo composto designado tríceps da panturrilha (Sural).
    O gastrocnêmio junto com o sóleo, é o principal flexor plantar da articulação do tornozelo.
  O uso habitual de calçados com salto alto pode causar considerável encurtamento das fibras do gastrocnêmio, uma vez que as duas fixações das fibras musculares são mais aproximadas. Se tiver ocorrido encurtamento, pode ser sentida dificuldade para andar com sapatos planos ou com os pés descalços, em decorrência da dorsiflexão limitada na articulação do tornozelo.
   Ao correr, saltar e andar, o gastrocnêmio fornece uma quantidade considerável da força de propulsão. O músculo sóleo está situado profundo ao gastrocnêmio, sendo achatado e mais largo na sua seção média e mais estreito embaixo. Ele é um dos principais flexores plantares da articulação do tornozelo.
   O plantar é um músculo longo e delgado variável na sua composição. Pode ter um ventre muscular bem ao alto na panturrilha ou dois ventres menores separados por um tendão. Ele é um flexor fraco do joelho e flexor plantar da articulação do tornozelo.

Posteriores da coxa: Realizar a massagem com o rolo desde a região próxima da articulação do joelho até o glúteo.  Eu recomendo que se realize separadamente as massagens com o rolo, mas pode-se realizar os movimentos com ambas as pernas, deslizando do medial para o interior e exterior da coxa. Os músculos semitendinoso, semimembranoso e bíceps da coxa (hamstrings), constituem a grande massa de músculo que pode ser apalpada na face posterior da coxa e estão envolvidos na extensão do quadril, flexão do joelho e rotação do joelho flexionado.

Atenção para isso: O modo de ação deste grupo de músculos pode bem ser a razão pela qual ele é lesado tão frequentemente durante os jogos e outras atividades esportivas.
  A lesão mais comum no futebol parece ocorrer no instante das acelerações (arranques), principalmente nos primeiros 10-20m, pois nessa fase do início de um sprint, os músculos posteriores da coxa estão se contraindo fortemente e atuando sobre duas articulações.
   No sprint o atleta estará posicionado nas mais variadas posições dentro do jogo e quando ele se desloca em explosão extrema, exigindo dos músculos posteriores da coxa o seu máximo desempenho em contrações, ele inevitavelmente se rompe em muitos casos.
   Esses músculos, também tem o papel de desacelerar o movimento da tíbia para a frente quando a perna balançando livremente é estendida durante a corrida e assim impedem o joelho de escapar e encaixar em extensão.


Pés: Utilizando-se bolas de golf /tênis /baseball ou qualquer outro material que o valha, realizar uma massagem por toda a sola do pé, preferencialmente posicionando-se o pé de apoio à frente do que está realizando a liberação miofascial, para uma abrangência maior e mais equilibrada.

   O fato de eu postar algumas das funções principais dos músculos que estão sendo trabalhados nessa liberação miofascial, é apenas para mostrar como esse trabalho realizado antes e após as sessões de treinamentos tem uma relevância enorme, em face da importância do perfeito desenvolvimento sincronizado desses músculos entre si e consigo mesmo (coordenação inter e intramuscular).

Walter Grassmann


CHANGCHUN YATAI F.C. (vermelho)
CHINESE SUPER LEAGUE 2013/15/16


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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Jogo Físico

   Particularmente, eu prefiro criar instrumentos a partir de minhas experiências adquiridas nos diversos clubes pelos quais já trabalhei ao longo desses meus 30 anos de carreira profissional.


   Esse treinamento é mais um elaborado por mim, dentre tantos outros e o reputo como muito completo, pois envolve não apenas todas as qualidades técnicas e físicas desenvolvidas pelos atletas em campo, como também pode solicitar a participação  de vários membros da comissão técnica em conjunto, para não apenas monitorarem o trabalho, mas, principalmente, participarem dele ativamente nas orientações e cobranças, exatamente como acontece nos jogos oficiais.
   Aqui estão presentes a Resistência Aeróbia, quando das corridas intervaladas e dos períodos nos quais os atletas estiverem participando dos jogos em áreas reservadas (uma variação desse treino pode ser realizada à parte, sendo disputados jogos em campo reduzido com os atletas subdivididos em grupos de 4x4 / 3x3, em uma área colada ao espaço destinado ao jogo físico, por exemplo).
   Todos os atletas participam ao mesmo tempo deste treino e à cada 10' ou 15' no sequencial do jogo físico, todos se deslocam rapidamente e jogam em campos reduzidos, passando por variações quanto aos toques na bola (1 ou 2 vezes, parando ou não), em um período máximo de 5'. Ao final dos 5', todos devem hidratar-se bem e, após um descanso de 5', voltar para outra etapa de 10' à 15' no jogo físico. O trabalho com equipes definidas somente é realizado nesta área à parte, sendo que dentro do sequencial, o treino é totalmente individual.
   O jogo físico abrange fisicamente as duas metades do campo ou 2 partes com boas dimensões, onde de um lado o trabalho é realizado sem bolas e do outro com o uso das mesmas, mas sempre com as orientações e acompanhamento dos preparadores físicos, fisiologista, no lado sem bola para que não sejam realizadas repetições em excesso em determinadas estações (pode-se definir antecipadamente o numero das repetições para cada uma das estações ou padronizar um).

   Já no lado com a utilização das bolas, os atletas trabalharão individual ou coletivamente em grupos pequenos, formados aleatoriamente ou divididos por setores inteiros como ataque, defesa e meio campo, atuando entre si simulando situações reais de jogo. Aqui o técnico e seus respectivos auxiliares podem interagir e cobrar execuções de jogadas ensaiadas ou simplesmente orientar nos posicionamentos sem que os atletas parem a atividade.
  A Resistência Especial (Aeróbio - Anaeróbio) também é trabalhada, principalmente na realização de corridas com variações de velocidade (CCVV).
   A Força Especial (Força máxima, explosiva e resistência de força) como saltos verticais e horizontais (Pliometria), são executados e podem ser seguidos ou não por cabeceios como forma de uma variação de jogo (auxílio de um membro da comissão técnica), mas sem prejudicar o ritmo de execução.

   As sequências devem ser realizadas obedecendo um caráter bem dinâmico e não mecanizado nas execuções, retratando com fidelidade as ações desenvolvidas pelos atletas em uma partida oficial.
   Como opcionais, podem ser criados até sequenciais à parte para o trabalho tracionado (Resistência de força) 5"/ 10" em variações de deslocamentos ou estático, com ou sem bola, além de estações com pesos livres (8 à 12 quilos) para membros inferiores (1/2 agachamento unipodal com 6 à 10 repetições para cada MI em apoio estável ou instável) e para membros superiores, com o supino em apoio na bola suíça ou apoio estável com 20 repetições.
   A exemplo dos campos reduzidos, que são utilizados por 5' apenas, logo após os 10'/ 15' no jogo físico, pode-se realizar também esses dois trabalhos logo após o jogo físico, obedecendo o mesmo tempo de duração (5') e individualmente cada atleta define suas séries, realizando suas repetições (2 no máximo) e depois de um descanso (5') voltar ao jogo físico.
   Como o futebol está alicerçado sobre 3 pilares fundamentais como força/velocidade /resistência de velocidade, esse treino (jogo físico) é bem abrangente. A velocidade de movimento no futebol é realizada por todos os atletas ao longo de todo o jogo e como as corridas de curta duração (5 á 30 m) são uma constante nos 2 lados do sequencial (procurar realizar em velocidade máxima, entre 20 à 24 km/h) ou até mais, acima de 6.5 m/s.
   Essas são intensidades utilizadas com maior freqüência nos jogos e sendo assim, deve-se empregar corretamente a especificidade do jogo e seus respectivos valores nas sessões de treinamento.
O controle pelo GPS é fundamental, mas um preparador físico também pode mensurar a intensidade e passar para os atletas durante o treino. A resistência de velocidade pode ser incluída nos Rallys de jogo (30 / 40 m) por exemplo, que compõem o jogo físico (com e sem bola). Pode-se também realizá-la à parte em até no máximo 2 séries envolvendo metragens até 60m em constante mudanças de direção (com e sem bola), com intervalos de recuperação de 1:3 (3 vezes o tempo ativo para recuperação).

Execução
   A duração pode variar dependendo do período do macrociclo em que se está inserido, podendo-se até priorizar mais os fatores físicos ou técnicos, com a utilização da bola no setor físico também. As variáveis são inesgotáveis e em conjunto às informações coletadas junto ao departamento de análises de desempenho e estatísticas do clube, muitos outros dados podem ser acrescidos no desenvolver prático desse treinamento.
   Como experiência própria eu passei a adotar um tempo "máximo" de 50' (3 séries 15' ativos ou 4 a 5 séries 10' ativos), como um volume ativo total adequado, mais os períodos para pausas (recuperações 5' cada) e o aquecimento inicial 5', que podem oscilar entre 15'e 20'. No caso da utilização dos trabalhos à parte, como foram descritos acima (campos reduzidos, resistência de força, força máxima), em estações postadas à parte e com o trabalho realizado logo em seguida ao jogo físico, o tempo acrescido ao volume máximo ativo, seria em torno de 20 a 25', sendo 5' ativos para cada série, mais 5' de recuperação para se reiniciar o jogo físico.
   Uma sessão normal de treinamento dura em média de 75' à 90' inclusos os períodos de recuperação, em apenas um período do dia. Esse treino - Jogo Físico - estaria na média ou um pouco abaixo em relação ao volume total de uma sessão de treinamento diária, mas abrangendo simultaneamente todos os aparatos físicos e técnicos, respeitando a especificidade do treinamento.
   Um outro dado importante é com relação ao número de atletas participantes e eu recomendo no máximo 22 (pode ser realizado com menos), inclusos os goleiros, pois, com mais do que isso os espaços ficam muito limitados e o aproveitamento da qualidade técnica fica sensivelmente prejudicado. Se estamos simulando um jogo, precisamos respeitar a quantidade de atletas utilizada no mesmo.
   Os atletas, após um aquecimento que pode ser um joguinho em campo reduzido ou qualquer outra atividade bem dinâmica e descontraída, precedida de um período curto de um trabalho preventivo de lesões, já estarão aptos ao inicio do jogo físico.


   Se houver a necessidade de um tempo de recuperação para hidratação logo após esse período de aquecimento, 3' serão suficientes. Quando do início do Jogo Físico, todos movimentam-se à vontade por todo o sequencial, ocupando livremente todos os espaços com e sem bola, prestando atenção nas orientações dos membros da comissão técnica que estarão acompanhando o desempenho dos mesmos. Muitíssimo importante ter-se em mente que o fator Intensidade empregado em cada ação deve espelhar aqueles movimentos que são realizados por cada um deles, quando de suas participações durante uma partida oficial.
   As opções sao muito variadas, onde os mais de 1.200 gestos diferentes exercitados por cada atleta durante um jogo e que envolvem fatores físicos, técnico e emocionais, possam ser trabalhados separadamente e ao mesmo tempo fundindo-se ao longo de todo o treinamento.
Por exemplo: O atleta inicia trotando em direção ao lado sem bola e começa em ritmo intenso os saltos frontais nas barreiras, realizando um arranque - 15m - para o zig-zag, simulando um drible de corpo logo após ter saltado em uma disputa de bola pelo alto e ter corrido atrás do adversário, para retomar a posse de bola.

   Feito isso, esse atleta se desloca para o lado de campo com bola, onde depois de um trote de recuperação ou não, ele vai realizar dribles, cruzamentos, chutes a gol, etc, sempre visando a realização de tarefas executadas por ele mesmo, de forma direta e criativa, exatamente como as realiza nos jogos, sempre atento e com uma visão periférica aguçada.
   Nesse lado com bola, o técnico, seus respectivos auxiliares e o treinador de goleiros, irão orientar os atletas na execução das suas múltiplas funções, sem, contudo, desviar a atenção dos mesmos das atividades executadas.
   Uma explanação aos atletas antes do treinamento, sobre como poderão desfrutar desse treino (jogo) sem o adversário, será de grande valia, para que os mesmos sempre procurem transitar em todos os espaços e diversifiquem constantemente suas ações com e sem a utilização da bola, trazendo a realidade encontrada nos jogos para dentro dessa atividade.
   A Velocidade também é essencial nessas ações e até nas bolas paradas para cobranças de faltas e pênaltis, o tempo para efetuar tais ações deve ser rápido. Faltas e Pênaltis devem ser cobrados no máximo 2 vezes em caráter opcional, a cada sequencial de 10'ou 15' por atleta e não se pode ficar esperando a vez, mas tomar posição quando um dos 3 gols estiver disponível, ou seja, a percepção de jogo deve prevalecer.
   A Recuperação ativa durante cada bloco de duração (10'/15') durante o jogo físico, fica diretamente vinculada ao atleta, pois somente ele mesmo para se avaliar, podendo trotar lentamente e até caminhar, exatamente como o faz nos jogos, desde que respeite fidedignamente a sua postura em campo.

Monitoramento
   O uso do GPS é uma das alternativas ou equipamentos similares que coletem e armazenem todos os dados referentes aos múltiplos movimentos desenvolvidos individualmente pelos atletas, para posterior análise.
   E de posse desses dados e outras informações angariadas pelos membros da comissão técnica durante o jogo físico, os atletas sejam informados de seu respectivo desempenho, para que falhas, desatenções e muitas outras considerações técnicas sejam apresentadas e corrigidas.

  A filmagem completa desse treinamento também servirá para a orientação visual dos atletas, pois muitos são mais visuais do que auditivos, além do clube compilar um vasto acervo sobre diferentes treinamentos e acompanhar o aproveitamento físico e técnico de seus respectivos atletas.
  A coleta do Lactato Sangüíneo durante as paradas (recuperações) também é muito valida, para o aferir constante da intensidade desenvolvida pelos atletas nas execuções de seus movimentos e até o simples uso de monitores de freqüência cardíaca.
 Um fator importantíssimo e primordial nesse treinamento é a liberdade proporcionada aos atletas para realizarem suas movimentações com bola e mesmo sem, em grupos (por posições) ou individualmente, simulando sua atuação direta e clara, como se estivesses atuando oficialmente. Esse treinamento espelha fidedignamente a participação de todos os atletas, com a ausência do adversário, mas realizando a mais pura especificidade do treinamento, aquela que trás o jogo para dentro do seu habitat preparatório.
 Aqui com dinamismo, criatividade e liberdade, os atletas estarão participando de uma partida, executando a criação de jogadas e executando movimentos com seus respectivos instantes de recuperação, simulando o tempo inteiro suas ações e reações típicas desenvolvidas nos jogos.
  Eu sou muito analisador e criativo, utilizando a ciência como mola mestre dos meus trabalhos. Criar, analisar, controlar e aplicar na prática são verbos que conjugo diariamente em meu trabalho. Fundamental também é o trabalho em equipe, onde todos possam opinar e estar inseridos no processo diário dos treinamentos.

Walter Grassmann


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