sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Desejo de permanecer no Exterior

   Estou terminando mais um ciclo profissional com o fim de meu atual contrato com a equipe sul-coreana do Daegu F.C.



   Foi mais um ano muito abençoado pelo meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, pois além do excelente trabalho desenvolvido neste fantástico país que é a Coréia do Sul, pude desfrutar da presença da minha família ao meu lado neste 2012.
   Esta foi a minha segunda experiência internacional, e mais uma vez eu pude desenvolver, em conjunto à outros competentes profissionais, um grande trabalho, abrindo portas em outro continente e expondo, de forma bem clara e competente, a qualidade da Preparação Física Brasileira.
   No BrasilLíbano e Coréia do Sul, trabalhei em grandes clubes e com grandes atletas, o que me fez adquirir uma grande experiência profissional, tanto nacional como internacional.
   Agora, tenho como principal objetivo profissional continuar trabalhando fora do meu país, e, para tanto, coloco-me a disposição, através do meu BLOG, para quaisquer contatos com clubes do mundo inteiro, uma vez que me sinto preparado para trabalhar em qualquer região do mundo.

   Tenho postado alguns dos meus mais importantes trabalhos desenvolvidos nos clubes pelos quais atuo aqui, em meu BLOG. Tais postagens contém informações técnico-científicas bem detalhadas e claras, podendo ser acessadas de uma forma clara e prática.
   Devido à facilidade para se comunicar, e à origem dos acessos que as postagens tem apresentando, aproveito esse espaço para reiterar o meu desejo de continuar trabalhando em Clubes ou Seleções de diferentes países localizados em qualquer continente, uma vez que a adaptação nunca foi um problema para a minha estadia em diferentes lugares e em diferentes situações.

   Fico no aguardo por propostas.


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Desequilíbrio Muscular: Um perigoso adversário

   Dentre os muitos cuidados que nós, Preparadores Físicos, devemos ter com relação aos trabalhos programados e aplicados aos atletas, um deve estar no topo, principalmente porque o período de preparação inicial é diminuto, e também porque, durante o período competitivo, os espaços para avaliações são sufocados pela carga abusiva de jogos.

   A Avaliação Isocinética é de fundamental importância, pois a Força impera na maioria das ações em campo, e para que venha a ser muitíssimo bem aplicada nos treinamentos, é essencial sabermos como a razão entre extensores/flexores do joelho está.
   Uma simples divisão entre o valor do agonista e do antagonista, seja relacionado ao pico de torque ou à força máxima, expresso em percentagem, pode nos fornecer o grau de equilíbrio do atleta.

   Nós possuímos os extensores do joelho mais fortes em relação aos flexores, mas isso deve estar dentro de uma relação de forças, pois, caso contrário, as lesões poderão ocorrer até frequentemente, causadas por um desequilíbrio muscular, ou seja, neste caso em particular, por um fortalecimento exagerado do extensor em relação ao flexor ou vice-versa.
   Por exemplo: No joelho, a relação entre o pico de torque dos flexores/extensores está por volta de 60%, sendo portanto a diferença entre extensores (mais fortes) e os flexores (mais fracos) de 40%.
   O equilíbrio é um conceito relacionado ao estado de um sistema (conjunto de elementos interconectados harmonicamente, de modo a formar um todo organizado) ou mais sistemas, no qual não ocorrem mudanças no total que possam ser observadas claramente, ou seja, no qual cada alteração está compensada por outra complementar.
   O conceito de equilíbrio funcional da estrutura musculotendínea reflete um parâmetro importante na adequada realização da prática dos desportos.

   Por causa da prevenção de lesão, toma-se o cuidado em controlar a razão da força muscular em articulações, como o joelho.
   Esta se caracteriza como a articulação que mais sofre lesão no futebol, pois o joelho é uma estrutura altamente solicitada e exposta a traumas, sendo a ruptura do ligamento cruzado anterior uma das mais lesões mais comuns.

   A evolução natural das lesões ligamentares pode afetar a prática do esporte competitivo, e o correto diagnóstico e tratamento destas lesões podem proporcionar um retorno do atleta ao seu nível prévio de atividade.
   O atleta de futebol, pelas próprias características de sua modalidade, necessita ter elevada potência nos membros inferiores, a fim de proporcionar uma grande capacidade de força explosiva e aceleração.
   Além disso, ter que executar com propriedade diversas habilidades motoras como saltar, chutar, passar, driblar, etc, há a necessidade portanto de se obter um atleta com o quadríceps potente para superar as demandas físicas da profissão.

   Este é um ponto crucial que inúmeras vezes leva muitos Preparadores Físicos à execução exagerada de uma carga elevada com suas respectivas repetições, quando dos trabalhos em sala de musculação, sobre o músculo extensor do joelho, esquecendo do seu antagonista, os Isquiotibiais, criando assim um desequilíbrio entre a força produzida para estender e flexionar o joelho.
   No entanto, tem-se a necessidade de Isquiotibiais fortes o suficiente para suportar uma grande força excêntrica causada pelo seu antagonista no momento da extensão do joelho, como em movimentos de chute, arrancadas, velocidades, etc.
   Por isso a obrigação de uma musculatura de isquiotibiais bem desenvolvida, a fim de se prevenir lesões musculares (distensões, rupturas ligamentares, etc).
   Portanto, deve-se sempre respeitar os períodos destinados para as avaliações e a aplicabilidade prática dos resultados nelas coletados, para que possamos sempre escolher os exercícios e os aparelhos de musculação corretos, proporcionando assim um treinamento ideal e seguro.

   Ao determinar exercícios de cadeia cinética aberta, precisamos ter o cuidado em escolher aparelhos que proporcionem torques de resistência, de certa forma específicos com relação às exigências musculares que a partida de futebol determina, e, com isso, os exercícios na sala de musculação produzirão o mesmo torque, ou seja, o torque máximo ocorrerá no mesmo comprimento muscular que os movimentos do desporto estabelecem.
   A característica da roldana a ser utilizada, principalmente para as articulações do joelho e do quadril, deve representar a mesma exigência com relação ao comprimento muscular que o futebol determina, e, deste modo, fornecendo o mesmo torque de resistência que o movimento do futebol oferece, evitando o desequilíbrio muscular.
   Roldanas que produzem, por exemplo, torques de resistência crescente, não são recomendadas para o aparelho de flexão do joelho, pois os isquiotibiais necessitam ser expostos a maiores cargas no seu maior comprimento muscular, ou seja, no início do movimento e/ou no final da extensão do joelho, a fim de se prevenir o seu encurtamento, distensões e a excessiva translação anterior do fêmur (ruptura do LCA).

   Por outro lado, roldanas que produzem torque de resistência decrescente, não são indicadas para o aparelho de extensão do joelho, visto que o comprimento muscular mais exigido no quadríceps é no final da extensão, para os movimentos como chutar, saltar e arrancar, além de ocorrer uma maior estabilização da patela nos últimos 30º de extensão, por causa de um fortalecimento maior dos vastos (mediais e laterais) a partir dessa angulação.

   O equilíbrio entre quadríceps / isquiotibiais torna-se um dos principais cuidados, junto com o tipo de roldana, que se deve ter na utilização dos aparelhos de musculação no futebol.
   A razão entre esses dois grupos musculares torna-se um indicador de futuras lesões nos mesmos, tanto para distensões como para ruptura de ligamentos, sendo esse lesão constantemente presente no futebol.
   Nesse desporto, observa-se a ruptura do ligamento cruzado anterior quando o quadríceps é fortemente contraído (após um salto, um chute no vazio...).

   A sua ruptura pode igualmente ocorrer nos entorses de joelho por exemplo, quando ocorre a rotação do joelho com o pé fixo no solo.
   Por isso a necessidade de se buscar e controlar o equilíbrio dos músculos flexores e extensores do joelho.

DIFERENÇAS ENTRE EXERCÍCIOS DE CADEIA CINÉTICA ABERTA E FECHADA

ABERTA:
  • O segmento distal está livre
  • Aumento do cisalhamento articular
  • Diminui compressão articular
  • Apenas um plano de movimento
  • Apenas um músculo (o agonista) é mais envolvido
Exemplo: Rosca direta
              Cadeira extensora (qualquer elevação)

FECHADA:
  • O segmento distal é fixo
  • Diminui cisalhamento articular
  • Aumenta compressão articular
  • Movimento de múltiplos ângulos
  • Músculos antagonistas e agonistas bem envolvidos
Exemplo: Flexão de braço muito usada em exercícios do exército

   O equipamento para avaliação isocinética da BIODEX é a versão SYSTEM 4, a mais moderna existente, tendo este aparelho, como função principal, medir a força isocinética do atleta, coletando todos os níveis de força dos membros inferiores, superiores, e de quadril em diversos ângulos diferentes, e com isso pode-se individualizar o treinamento e corrigir possíveis disfunções apresentadas.


   Pode-se com este equipamento, usá-lo para aplicação clínica de modo passivo na forma isométrica, modo isotônico e também reativo excêntrico.
   Na forma isométrica, mede-se a força muscular do atleta sem movimento, o que é importante para auxiliar a fisioterapia de um atleta lesionado que não pode fazer movimentos dinâmicos.
   O modo passivo normalmente é utilizado em casos pré-operatórios, com movimento em ângulos pequenos de forma crescente, acompanhando a recuperação.

   No modo isotônico é usado um sistema de treinamentos que aperfeiçoa o nível de força máxima do atleta e o modo reativo excêntrico, melhorando a força útil do atleta que é a Força Especial, utilizada durante a partida.

   No futebol, a velocidade e os deslocamentos rápidos devem ser aprimorados cada vez mais para um melhor rendimento dos atletas, já que os quase 1200 movimentos realizados por todos eles durante uma partida envolvem, em grande parte, trabalhos de força.
   Na metodologia do treinamento de força, alguns cuidados devem ser tomados:
   O volume de treinamento, a intensidade e o controle da prescrição são exemplos disso, e com o Biodex 4 é possível identificar a evolução dos níveis de força dos atletas, bem como individualizar o sistema de treinamento para o auxílio do processo de desempenho evolutivo em campo.
   Alguns grandes clubes brasileiros possuem este equipamento em suas dependências, e isso facilita em muito, uma vez que o seu uso é muito frequente não apenas para a execução das correções quando dos desequilíbrios musculares detectados em avaliações, mas também para o trabalho de ganho de força propriamente dito, realizado aqui com uma segurança total.

   Tenho trabalhado nos últimos clubes com os melhores profissionais no que se diz respeito ao controle e manuseio deste magnífico equipamento (a análise e interpretação dos resultados desse equipamento isocinético são vitais, e poucos profissionais estão aptos para, de forma bem precisa, apontar e discutir tais resultados, para que possam ser utilizados na essência de sua necessidade na prática) sendo que todos os resultados provenientes de avaliações, correções e treinamento propriamente dito, são imediatamente utilizados por mim, o que tem feito uma grande diferença quanto à segurança e aproveitamento de todos os atletas em cada sessão de treino.

   Posso citar o Prof. Dr. Oscar Amauri Erichsen, um Biomecânico fantástico com o qual trabalhei no Clube Atlético Paranaense nos anos de 2006/07/08, que possui um grande e competente auxiliar, o dinâmico Neto (comandante das avaliações isocinéticas e demais atividades que envolvam testes de campo e do laboratório fisiológico), o Fisioterapeuta Sassaki do São Paulo F.C., clube onde trabalhei do ano de 2001, Prof. Dr. Rogério Neves, Fisiologista da Portuguesa de Desportos, onde trabalhei no ano de 2010, os Fisioterapeutas Eduardo e Paulão, além do Prof. Dr. Miguel de Arruda, Fisiologista, todos do Guarani de Campinas, clube onde trabalhei com os mesmos nos anos de 2009/2010.

   Usar tal tecnologia atualmente é fundamental, pois os riscos para formatarmos trabalhos físicos, sem esses dados, passaram a ser um grande risco para todos.