terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Liberação Miofascial

   Eu tenho realizado esse procedimento junto aos meus atletas como mais uma ferramenta utilizada para a prevenção, melhora do desempenho na execução dos movimentos específicos à sua atividade profissional diária e recuperação pós-treino, com consequente alívio de tensões geradas no organismo, advindas do desgaste oriundo das atividades físicas e até das posturas inadequadas adotadas por todos ao longo do dia.

   Esse trabalho também é realizado pelos fisioterapeutas do clube, utilizando-se das mais variadas técnicas, com o uso dos cotovelos e mãos, além de muitos outros instrumentos.
  A fascia é uma espécie de membrana formada por tecido conjuntivo que recobre cada fibra muscular, cada músculo e também toda a superfície do conjunto muscular, sendo encontrada em diversas extensões, espessuras e densidades em nosso corpo, permitindo que a função corporal em geral seja bem executada, fornecendo juntamente sustentação aos tecidos, proteção, coordenação e impedindo que ocorra o atrito entre os músculos.
   O encontro final das fascias ou um conjunto delas formam os tendões, fornecendo suporte e tração adequada entre o osso e a musculatura e tendo grande influência no desempenho das funções das estruturas musculares.
  Segundo Rêgo (2012), as fascias também são sempre interligadas uma na outra, havendo uma continuidade entre elas, sendo assim, seja qual for o tipo de alteração na tensão em qualquer parte de sua extensão, será repercutido no conjunto, afetando de forma global o nosso corpo.
Esse fato também explica, por exemplo, juntamente com o sistema nervoso, a dor por Irradiação ou dor Crônica Global.

  Atividades de rotina, como posturas inadequadas por grandes períodos de tempo como as encontradas nos períodos de concentração nos hotéis, assistido filmes ou televisão no apartamento, nos períodos das refeições, nas dezenas de vôos realizados (com assentos muito variados), quando das longas horas de espera nos aeroportos e até nas preleções do técnico, (multiplique tudo isso pelo número de jogos realizados na temporada) e teremos um retrato cruel de quanto tempo os atletas ficaram inadequadamente posicionados, somente levando em consideração essas parcas situações acima citadas.
   Somados a isso, ainda sofremos o efeito da gravidade sobre o nosso corpo, questões emocionais, overtraining, lesões e intercorrências musculares ou mesmo ósseas, entre outros acometimentos que poderão gerar contraturas, pontos gatilho (pontos tencionados e dolorosos ao toque que se estendem em toda extensão próxima), retrações musculares, cansaço excessivo, estresse, ansiedade, dores crônicas globais.
   Essas são algumas das situações que podem acometer os atletas e, desta maneira, a liberação miofascial irá ajudar à que tenham um relaxamento muscular e consequentemente um melhor desempenho nos treinamentos.
   Todos esses quesitos acima citados reduzem a elasticidade e flexibilidade muscular, restringindo a capacidade do corpo de se movimentar, diminuindo a nutrição muscular e impedindo o bom desempenho nas sessões de treinamento, principalmente na capacidade de gerar força, tornando mais difícil a hipertrofia (pelo fato da fascia estar tão aderida ao conjunto muscular, que não permite o crescimento das fibras), dificultando o rendimento dos atletas e também atrapalhando os bons resultados quanto ao emagrecimento.

Benefícios da Liberação Miofascial

   Alívio de dores crônicas, tencionais, pós treino, patológicas, relaxamento muscular, maior mobilidade articular, mais liberdade na execução dos movimentos, melhora na capacidade de contração muscular, prevenção de lesões, melhor desempenho na hipertrofia e definição muscular e emagrecimento.

Pré-Treino: Diminui a fadiga muscular, melhora a flexibilidade e execução dos exercícios.
Pós-Treino: Reduz as dores musculares e produz um relaxamento harmonioso de todo o corpo.

   Eu oriento os meus atletas no sentido de realizarem cada período da liberação miofascial, de uma forma muito relaxada e simples, mas levando muito em consideração que o desconforto de tal atividade é e deve ser real, pois o objetivo a ser alcançado vai de encontro à um estado confortável.
   Os pontos mais sensíveis nos segmentos corporais, principalmente o ponto gatilho e também todo o segmento muscular, devem ser alcançados e explorados em ritmo lento a moderado em uma grande amplitude e essa massagem realizada com a utilização do Foam Roller (rolo de espuma - com textura dura e resistente), stick (bastão), bolas de tênis ou bolas de baseball.
   Eu recomendo a duração de 1' na execução da liberação miofascial, para cada segmento corporal abrangido e oriento a posição adequada para a realização de tais execuções.

Seguimentos Corporais

Região Torácica: Posicionar o rolo um pouco acima da região lombar e deslize-lo até próximo à cervical, com o pescoço posicionado fletido para baixo.
Quadril: Procurar atingir o músculo Piriforme encontrado posterior à articulação do quadril, estando no mesmo plano que o glúteo médio. Tem a forma triangular, com a sua base na pelve e o ápice na região glútea. Na posição anatômica esse músculo é um rotador lateral da coxa, embora ele se situe um pouco alto. Entretanto, na posição sentada, ocupa-se na importante ação de abdução e nesta situação particular ele está bem posicionado para a ação. É um músculo importante para manter a cabeça do fémur no acetábulo.
Minha recomendação é cruzar uma perna sobre a outra, com a rotação para o lado onde a perna está cruzada, procurando então sentado lateralmente sobre o glúteo, sentir o músculo piriforme.
Trato Iliotibial (lateral da coxa): Músculo Vasto Lateral - Está situado na face ântero-lateral da coxa, lateral ao reto da coxa, com a maior parte da sua massa aparecendo no terço inferior imediatamente acima da patela. Fixa-se no tendão do reto da coxa, no bordo medial da patela e na frente do côndilo medial da tíbia.
   Cruzar uma perna sobre a outra, sendo que a perna semi flexionada e apoiada no solo, é a que empurra a outra perna lateralmente sobre o rolo.
Adutor: Rolo na diagonal em relação ao corpo. Manter uma perna de apoio em extensão ou flexionada e cruzar a outra sobre si, deslizando-a medialmente sobre o rolo, desde o joelho até a parte superior da coxa.

   Os músculos adutores magno, longo e curto trabalham duro durante a corrida, uma vez que puxam a perna de apoio para adução, desse modo movendo a linha de gravidade para cima do pé de apoio. Eles também contribuem para o delicado equilíbrio da pelve sobre a articulação do quadril.
O Grácil, é o músculo mais medial do grupo adutor. Ele é um adutor da coxa, bem como um flexor do joelho.
O Pectínio é um músculo quadrilátero situado na parte superior e medial da coxa, profundamente na virilha. Ele atua como um flexor e adutor do quadril ao olhar a direção das sua fibras, que passam para baixo, para trás e lateralmente. A contração do músculo, portanto, puxará a coxa para dentro e para a frente.
Quadríceps: Realizar rotação interna e externa da coxa sobre o rolo, unidas ou separadamente. É o principal extensor da articulação do joelho e é um músculo poderoso e importante, funcionando fortemente em toda a extensão de sua amplitude.
   É constituido por 4 músculos (Reto femoral, Vasto medial, Lateral e Intermédio), sendo que cada um deles parece ter o seu papel particular na extensão do joelho e muitas vezes entra em ação em diferentes amplitudes do movimento.
Panturrilha: Realizada com uma das pernas fora ou com as mesmas cruzadas, sendo os deslizamentos sobre o rolo, internos e externos pois assim os músculos Gastrocnêmio e Sóleo são bem massageados.
   A forma da panturrilha deve-se principalmente aos dois ventres carnudos do gastrocnêmio, que está situado no dorso da perna com a sua massa muscular principalmente na metade superior.

   Junto com o sóleo e o plantar, o gastrocnêmio forma um músculo composto designado tríceps da panturrilha (Sural).
    O gastrocnêmio junto com o sóleo, é o principal flexor plantar da articulação do tornozelo.
  O uso habitual de calçados com salto alto pode causar considerável encurtamento das fibras do gastrocnêmio, uma vez que as duas fixações das fibras musculares são mais aproximadas. Se tiver ocorrido encurtamento, pode ser sentida dificuldade para andar com sapatos planos ou com os pés descalços, em decorrência da dorsiflexão limitada na articulação do tornozelo.
   Ao correr, saltar e andar, o gastrocnêmio fornece uma quantidade considerável da força de propulsão. O músculo sóleo está situado profundo ao gastrocnêmio, sendo achatado e mais largo na sua seção média e mais estreito embaixo. Ele é um dos principais flexores plantares da articulação do tornozelo.
   O plantar é um músculo longo e delgado variável na sua composição. Pode ter um ventre muscular bem ao alto na panturrilha ou dois ventres menores separados por um tendão. Ele é um flexor fraco do joelho e flexor plantar da articulação do tornozelo.

Posteriores da coxa: Realizar a massagem com o rolo desde a região próxima da articulação do joelho até o glúteo.  Eu recomendo que se realize separadamente as massagens com o rolo, mas pode-se realizar os movimentos com ambas as pernas, deslizando do medial para o interior e exterior da coxa. Os músculos semitendinoso, semimembranoso e bíceps da coxa (hamstrings), constituem a grande massa de músculo que pode ser apalpada na face posterior da coxa e estão envolvidos na extensão do quadril, flexão do joelho e rotação do joelho flexionado.

Atenção para isso: O modo de ação deste grupo de músculos pode bem ser a razão pela qual ele é lesado tão frequentemente durante os jogos e outras atividades esportivas.
  A lesão mais comum no futebol parece ocorrer no instante das acelerações (arranques), principalmente nos primeiros 10-20m, pois nessa fase do início de um sprint, os músculos posteriores da coxa estão se contraindo fortemente e atuando sobre duas articulações.
   No sprint o atleta estará posicionado nas mais variadas posições dentro do jogo e quando ele se desloca em explosão extrema, exigindo dos músculos posteriores da coxa o seu máximo desempenho em contrações, ele inevitavelmente se rompe em muitos casos.
   Esses músculos, também tem o papel de desacelerar o movimento da tíbia para a frente quando a perna balançando livremente é estendida durante a corrida e assim impedem o joelho de escapar e encaixar em extensão.


Pés: Utilizando-se bolas de golf /tênis /baseball ou qualquer outro material que o valha, realizar uma massagem por toda a sola do pé, preferencialmente posicionando-se o pé de apoio à frente do que está realizando a liberação miofascial, para uma abrangência maior e mais equilibrada.

   O fato de eu postar algumas das funções principais dos músculos que estão sendo trabalhados nessa liberação miofascial, é apenas para mostrar como esse trabalho realizado antes e após as sessões de treinamentos tem uma relevância enorme, em face da importância do perfeito desenvolvimento sincronizado desses músculos entre si e consigo mesmo (coordenação inter e intramuscular).

Walter Grassmann


CHANGCHUN YATAI F.C. (vermelho)
CHINESE SUPER LEAGUE 2013/15/16


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