quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A Arte da Adaptação

Time Libanês do Olympic Beirut FC
   Nas duas últimas temporadas, obtive o privilégio de trabalhar em dois países Asiáticos, as maravilhosas Coréia do Sul e China.

   Nas temporadas 2002/03/04 eu já havia angariado uma fabulosa experiência profissional e particular ao trabalhar no futebol Libanês. Para o meu crescimento profissional, essas passagens internacionais me descortinaram novos aspectos dentro da minha área de atuação, ou seja, a Preparação Física.

   Sendo eu um Preparador Físico Brasileiro com passagens por grandes clubes em meu país, pude participar de muitas competições simultâneas, além do que, sendo o Brasil um país com proporções continentais, as viagens são longas e extremamente cansativas, preocupando à todos com os desgastes provocados com as mesmas, somado ao desgaste que normalmente é advindo dos jogos.

Crioterapia realizada após os jogos na Coréia do Sul.
   Sempre adotei, em conjunto aos meus companheiros de Comissão Técnica (Fisiologista, Nutricionista, Fisioterapeutas, Médicos, Massagistas, companheiros de Preparação Física e Técnicos), programas de prevenção à lesões, bem como Atividades Regenerativas diversas pós-treinos e jogos devido a alta sobrecarga na intensidade das partidas, além, é claro, da quantidade exacerbada das mesmas.
   Um dos princípios básicos em que me atenho, é o de nunca levar os atletas a uma exaustão completa ao final de uma sessão de treinamentos, pois agindo assim todos poderão recuperar-se condizentemente para o próximo treino.

   Na Ásia, me deparei com um sistema de trabalho muito diferente do empregado no Brasil, principalmente porque o controle fisiológico não é executado com o rigor que eu estava acostumado em meu país, e o controle dos treinamentos é monitorado apenas pelo tempo compilado pelo cronômetro dos Técnicos e seus respectivos Auxiliares.

   Apesar de insuficiente, esse monitoramento ainda deixa lacunas em aberto quanto aos processos de controle da intensidade pela frequência cardíaca e distância (uso do GPS) ou até pelo Lactato (quando das paradas durante os treinos para tal mensuração).

Controlar sempre será imprescindível!
   Um outro fator importantíssimo que sempre fez parte da minha vida profissional (aqui na Ásia é ainda pouco realizado e acompanhado), é a realização de uma programação prévia dos trabalhos à serem realizados no referido mês, uma vez que apenas me deparei com programas semanais especificando apenas os treinos como Técnicos - Táticos ou Físicos, e não adentrando nos aspectos mais científicos e específicos dos mesmos.
   No início realmente não foi fácil para mim, uma vez que eu vinha de uma escola bem diferenciada à nível de Preparação Física, onde o Preparador Físico é muito mais exigido ao longo de toda uma temporada através da execução das Avaliações Físicas periódicas, dos trabalhos diários específicos, aquecimentos e regenerativos pós-treinos e jogos, além de também acompanhar de perto a alimentação do meus atletas em conjunto à Nutrição.

Almoço na cidade Chinesa de Hangzhou, com o Técnico Li Shobin e seu Auxiliar.
  Tanto na China quanto na Coréia do Sul nesta minha segunda temporada (2013), eu tive o privilégio de trabalhar com dois técnicos sensacionais que me permitiram opinar e participar mais incisivamente nas programações e suas respectivas execuções práticas, e, com isso, incorporar a ciência na prescrição dos treinos físicos, elaboração de trabalhos regenerativos mais diretos pós-treinos e jogos, além de também aplicar alguns testes que nos informavam sobre as reais condições dos nossos atletas.

   Em seu livro 'Periodização (Teoria e Metodologia do Treinamento)', o Dr. Bompa nos diz que "o Planejamento é a arte de empregar a ciência na estruturação de programas de treinamento.".

   Com essa abertura conquistada junto aos Técnicos Li shobin (Chinês) e Back (Sul Coreano), mediante o respeito às suas conceituações sobre os controles diários nos treinos e minhas opiniões mais científicas ministradas sempre que possível (e em doses homeopáticas no princípio), pude começar a elaborar e executar trabalhos de Força e comprovar na prática que, sem a mesma, nenhum trabalho no futebol é realizado com segurança e alto aproveitamento.
Da esquerda para a direita: Ex-Técnico da Seleção Sul Coreana na Copa do Mundo de 1994 nos Estados Unidos, Walter Grassmann e o Técnico do Daegu FC na temporada 2013, Coach Back.
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